A Cabra Expiatória

A Crise seria por acaso outro artefato americano?

Na constituição americana o papel do presidente é de fazer obedecer as leis do congresso–um bando de senadores e deputados que podem ser reeleitos até que a morte os separe dos cofres públicos. Fora da constituição seu papel é de bode expiatório. O presidente ao sair do poder leva consigo toda a culpa e ódio que o congresso merece.
No Brasil o esquema é o mesmo, mas as crises são importadas. O governo americano fabrica suas próprias crises para que explodam na posse do outro partido.

Sobram exemplos… em 1893 Grover Cleveland seria empossado pela segunda vez (não-consecutiva) dia 4 de março (como se fazia na época). Perdeu re-eleição por ser taxado de anti-cristão, pois queria que o cidadão fosse dono incoacto do próprio nariz. Benjamin Harrison e sua Primeira Dama, atletas da ditadura seca do misticismo proibicionista, tanto desagradaram que Harrison perdeu para Cleveland na eleição de 1892. Para se vingar, o derrotado Harrison divulgou nova interpretação de regulamentos ferroviários, decretando a inspeção rígida dos vagões canadenses, que antes entravam carregados de ópio indiano sem inspeção ou cobrança da alfândega. O produto era barato a ponto de ser exportado do litoral pacífico para o Havaí, onde golpistas americanos impunham uma ditadura militar.  Com o arrocho fiscal sobre esse “enorme tráfico –um mês antes da posse de Cleveland–tudo mudou. O noroeste americano entrou em crise, magnificada nos seus efeitos sobre as ferrovias que atendiam o norte do país.

Socialistas invadiam o Rio Grande do Sul a tiroteios e a câmara debatia tal cleptocracia na Alemanha. A França proibia a corretagem ao ar livre com a bourse de Paris em queda livre sob o peso dos impostos, e a polícia de Nova York invadia o baile de carnaval do bairro francês. Animado, o presidente derrotado recomendou ao Congresso o proibicionismo “Gothemburg” popular na Escandinávia–isso três dias antes da posse de Cleveland. Este presidente herdou as ruínas da economia gorda que entregara à oposição quatro anos antes.

Um dia antes da posse de Herbert Hoover, em 3 de março de 1929, fanáticos baixaram uma lei multiplicando a pena por posse de qualquer bebida a cinco anos de reclusão e multa que equivaleria hoje a R$1,8 milhões. Hoover cobrou cumprimento dessa lei e usou a nova lei do imposto de renda, de origem comunista, para tentar cobrar a lei seca. Perdeu a eleição e ainda minou o governo do adversário, usando a inspeção estadual das declarações de IR federal das pessoas jurídicas para fechar todos os bancos do país um mês antes da posse do adversário Franklin Roosevelt.

Já em 2007 o governo de George Bush (filho…) fomentou movimentos nos governos estaduais de  “delação premiada” proibicionista para confiscar os imóveis das pessoas sem necessidade de elas serem julgadas culpadas em juízo penal. Tão rapido foi o aumento nos confiscos que o mercado de imóveis implodiu. Na mesma época esse governo Bush empurrava com a barriga vários tratados proibicionistas, ouriçados de intervenção branca e confiscos “fiscais” para os governos europeus e da América Latina enfiarem mão em cumbuca semelhante–enquanto espiões americanos gravavam as conversas telefônicas de políticos e figurões. Afinal, uma chantagemzinha de vez em quando nunca matou ninguém, correto?

Cientes do estrago que as divulgações seletas iriam desencadear, o Tesouro e Fed americano souberam investir de forma a recuperar suas perdas em cima da miséria dos iludidos governantes estrangeiros. De lambugem, apareceu oportunidade de dar nova desestabilizada em um governo re-eleito (embora por voto forçado e secreto) no Brasil. Esse governo brasileiro assinou uma lei que previa a profilaxia contra a gravidez para meninas violentadas estupradas.

Mas quem arrisca explicar tudo isso aos torcedores dos outros 31 partidos comunistas, socialistas e proibicionistas que driblam e batem panelas para que seus chefes possam descer dos helipópteros e meter a mão no erário alheio?  Le plus ça change, le plus c’est la même chose

O enorme zeppelin do PMMPBD

No país dos otários, o malandro de um só golpe é rei.

http://charges.uol.com.br/2015/08/06/cunha-e-renan-geni-e-o-zepelim/

É nisso que dá ser forçado por fanáticos a subsidiar e prestigiar 32 partidos comunistas, fascistas e proibicionistas…

Note to foreign readers: This harks back to a Chico Buarque song about the Accursed Hun (as the Utilitarian Monster) who demands the use of a vilified village girl in exchange for forbearing from using his Zeppelin to give the villagers-at-large the bombardment they so richly deserve.

A popularidade da presidenta

Versus as táticas do proibicionismo mercantilista estrangeiro…

“Ambos” os partidos que dominam os EUA são quase idênticos aos populistas que imperavam na Europa em 1939: o socialismo internacional burocrático e o socialismo nacional cristão. São idênticos exceto na questão religiosa. Para os “democratas” Deus é uma kleptocracia de burocratas coletivistas em carne e osso. Já para os “republicanos” o Nosso Senhor é uma espécie de fantasma invisível com poderes mágicos. Nos dois casos o culto ao altruísmo e compromisso com a mão armada dos soldados e meganhas perde apenas para a mão no erário na sua hierarquia de valores éticos.
Os republicanos naturalmente são mais chegados à versão proibicionista exemplificada pela Santíssima Inquisição, e baixam a tortura do Exorcismo nos colombianos, venezuelanos, ecuadorianos, brasileiros e bolivianos para pelo menos “salvar-lhes as almas” como uma espécie de benfazejo póstumo. Seus aliados políticos — marechais nas juntas e tenentes nos esquadrões da morte — são “our son-of-a-bitches” e acabou a conversa. A figura do Tinhoso no ideário deles é um cigarro de cânhamo ou um descongestionante natural. Os comunas interpretam isso corretamente como desvario sintomático da mais bruta superstição obscurantista, e não perdem tempo em rotular essa seita concorrente de “liberalismo”. Afinal, o seu profeta Marx descrevia as mais beligerantes monarquias do mercantilismo escravagista como “capitalismo”, adjetivo que persiste na fala dos energúmenos e mentecaptos da mídia popular.

Vale lembrar é que foi esse fascismo supersticioso que defende a coação proibicionista que transformou Franklin Roosevelt em presidente vitalício. Foi ele, afinal, que prometeu legalizar a cerveja e cumpriu a promessa. Mas essa foi a segunda tentativa. Quando Al Smith tentou revogar a proibição em 1928, o Ku-Klux-Klã e o Terror Branco metodista caíram de pau em cima da popularidade do candidato liberal e o fisco federal deu batidas nos seus eleitores, confiscando-lhes as contas bancárias.
O mesmo ocorreu agora com a Dilma. Apesar de ser um bando esmolambado de saqueadores asumidos, o PT tirou a economia do buraco em que Sarney, Collor e os Bush o haviam enfiado. Quem esperava um colapso socialista ficou atônito ao ver saldada a dívida escravizante com os abutres do FMI. Também sobrava coletivismo, regulamentos idiotas e parasitismo — como na Europa, nos EUA, e nos governos pemedebistas e petecista. Mas quem diria que esses saqueadores “de esquerda” (do socialismo patético da Revolução dos Bichos) seriam menos incompetentes do que os saqueadores “de direita” (do fanatismo místico mascarado de liberalismo). Essas duas alternativas foram pesadas pelos eleitores forçados a escolher. Os eleitores parecem ter optado pela sinceridade altruísta, rejeitando os polichinelos do proibicionismo gringo. (Não há como ter certeza pois o cidadão nem tem como conferir a contagem do seu próprio voto.)

Só agora, depois de Snowden revelar que os arapongas da espionagem americana grampeiam os telefones dos políticos e figurões, e a dona Dilma dar uma bronca federal nos espiões do governo gringo, as informações colhidas começaram a vazar. Sonegadores operadores de helipópteros e quadrilheiros dos monopólios-por-licitação começarem a dançar na mão dos cobradores de impostos e seus procuradores. Merecido, sim, mas inquietante por lembrar muito o que presenciamos em 1964:

Há duas diferenças importantes entre o mundo de hoje e a conjuntura de 1964:

1) a ditadura comunista soviética ruiu, e

2) surgiram partidos libertários nos países semilivres.

Em vez de subsidiar e forçar o cidadão a prestigiar 32 partidos comunistas, fascistas e proibicionistas, bastariam meia-dúzia de partidos sem subsídio nenhum, desde que uma delas defendesse os direitos da pessoa humana nos termos do programa libertário.